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Mostrando postagens de setembro, 2017

As Máscaras negras que vestimos!

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Pensar o ser negro na nossa sociedade é discutir as representações forjadas sobre nós e de que forma interpretamos, por proteção, personagens sociais muitas vezes caricatos. Goffman (2009), em seu livro: A representação do eu na vida cotidiana utiliza da metáfora do teatro para abordar a questão das relações interpessoais. Na sua ótica, interpretamos de modo constante o papel que queremos transmitir, assumindo personagens e nos tornando atores e atrizes em um determinado encontro de interação social. Pensando na representação do negro e da negra, sabemos quais papéis nos designa e de que forma querem que estejamos, a partir disso, temos duas saídas: confirmar os estereótipos ou abolir qualquer resquício do preto e preta de sorriso aberto e de corpo sexual.  Aimé Césaire no Discurso sobre o Colonialismo aponta que foi um papel de Estado nos formar enquanto uma população com complexo de inferioridade, o tremor, a prostração, o desespero, o servilismo. Foi algo elaborado e ainda temo

As faces negras da história.

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Participar de algumas formações é essencial para construção da nossa história e refletir sobre nossa identidade formada por gerações e culturas que se entrecruzaram. Acredito na força da leitura de referências negras e o quanto isso influencia positivamente no planejamento estratégico de metas e sonhos da população negra. Deveras, é de extrema importância compreender os machucados oriundos de uma sociedade racista e machista e como este se mantém expostos e reincidentes no nosso cotidiano. Segundo Sueli Carneiro a violência sexual colonial é o “cimento” de todas as hierarquias de gênero e raça presentes em nossas sociedades. As mulheres negras fazem parte de um contingente com identidade de objeto.

A Bahia Canta Fundamento!

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Em 23 de setembro de 2017, a Bahia sediará a segunda edição do Festival de Canto de Capoeira, o Festança. O evento visa destacar a qualidade das letras e canções criadas pelos compositores capoeiristas. Dessa vez o evento acontecerá na praça Marquês de Olinda, no bairro Fazenda Garcia. Os admiradores desta expressão cultural poderão ver as performances, ouvir as letras e sentir a musicalidade que expressa as mais variadas situações cotidianas do povo soteropolitano, tais quais: romances, desigualdade racial, machismo, violência policial, lamentos, elementos da natureza, mistérios do candomblé, entre outros. A música que ganhou o coração dos jurados e comoveu a plateia, na primeira edição, foi Ascende o Candeeiro, composição de Nego Dó que reside na Alemanha e foi interpretada, no festival, pelo cantor Daniel Laert. A cantiga remonta as histórias peculiares de como as rodas de Capoeira eram formadas no período em que a iluminação ainda não era elétrica. Esta é uma iniciativa