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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Propostas de mediação e acolhimento no atendimento às pessoas em situação de rua

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Fonte: https://br.blastingnews.com/sociedade-opiniao/2017/07/moradores-de-rua-uma-questao-social-001863535.amp.html A atuação cotidiana dos profissionais envolvidos na rede de atendimento e garantia de direitos requer uma constante mediação, seja entre as pessoas atendidas e as possibilidades de atendimento, seja em relação às possibilidades de serviços que têm a oferecer, ou mesmo para solucionar eventuais percalços surgidos. A mediação é uma via que possibilita ao profissional dar objetivo à sua prática profissional e, ao mesmo tempo, se realizar enquanto ser social.   A pessoa que está em situação de rua pode chegar até os serviços de atendimento com diversas demandas como falta de documentos, desemprego, conflitos familiares, problemas com a justiça, problemas crônicos de saúde, ou mesmo apenas fome e sede. Neste encontro entre quem precisa de assistência e quem trabalha para provê-la é possível que as coisas não saiam tão harmoniosas como deveriam. Contudo, durante a reali

Quais os estigma, medo e violências cometidas contra a população em situação de rua?

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                                      Fonte:  Rede Rua - https://www.instagram.com/p/BcXiODAgma1 Infelizmente no Brasil os mais pobres e os que estão em situação de rua são vistos como uma classe de sujeitos perigosos e sem chances de desenvolvimento. Os “sem lugar” da cidade já despertavam as preocupações das elites e dos legisladores que colocaram em pauta na Câmara Federal em 1888 (no mesmo ano da abolição da escravidão) um projeto de lei para reprimir a ociosidade do que eles consideravam: (...) classes pobres e viciosas [que] sempre foram e hão de ser sempre a mais abundante casa de toda sorte de malfeitorias: são elas que se designam mais propriamente sob o título de “classes perigosas; pois quando mesmo o vício não é acompanhado pelo crime, só o fato de aliar-se à pobreza no mesmo indivíduo constitui um justo motivo de terror para a sociedade. O perigo social cresce e torna-se de mais a mais ameaçador, à medida que o pobre deteriora a sua condição pelo vício e, o pior

Povo de rua e seus direitos !

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Fonte: http://www.cefuria.org.br/2015/10/30/educacao-popular-trocando-saberes-construindo-sabedoria/ A pesquisa sobre a população em situação de rua realizada em 2007 traz detalhamentos sobre o perfil de educação desta população. Foi observado um abismo educacional, das pessoas que estavam nas ruas naquela época 15,1% nunca havia estudado, 48,4% não havia terminado o primeiro grau, 10,3% haviam terminado o primeiro grau, 3,8% tinham o segundo grau incompleto e 3,2% tinham completado o segundo grau, pessoas com ensino superior incompleto e completo significavam, em ambas as categorias, 0,7% dos entrevistados.  No decreto 7.053/2009 aponta a educação como uma de suas ações estratégicas para a promoção dos direitos desta população. O fato é que as escolas atuais não estão adaptadas para receber este púbico. Devemos ter uma escola inclusiva nos currículos sobre as questões de igualdade social, gênero, raça, etnia, cultura e comunicação discriminatórias, especialmente com re

Um lugar para morar!

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Fonte: http://www.fna.org.br/2018/05/29/4o-congresso-nacional-da-populacao-de-rua-aborda-importancia-da-assistencia-a-moradia/ Segundo a Pesquisa Nacional Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 (Pnad), do IBGE foi identificado um déficit habitacional de 7, 757 milhões de moradias no país. Dentre os fatores estão às dificuldades de arcar com os pagamentos dos aluguéis (cerca de 3,27 milhões de famílias, segundo a Pnad 2015) a coabitação – quando mais de uma família dividem o mesmo teto (3,22 milhões de famílias) e pelas chamadas habitações precárias que correspondem a cerca de 942,6 mil moradias. A ausência de ações para prover moradia às pessoas em situação de rua não é apenas um desrespeito ao que está disposto na Constituição, documentos internacionais dos quais o Brasil é signatário como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) no artigo XXV considera o direito à habitação como um direito fundamental de todas as pessoas. O albergue, a primeira saída des

Morador de rua tem direitos?

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As pessoas que estão em situação de rua hoje no Brasil sofrem bastante por falta ou não conhecer seus direitos. As pesquisas feitas identificam como composta em maior número por homens e pessoas negras e que a economia informal é o principal mecanismo através do qual conseguem adquirir alguma renda. Quando analisamos suas histórias de vida o alcoolismo e/ou o consumo de drogas, a perda do emprego e conflitos familiares são alguns dos motivos que levaram estas pessoas até as ruas. As pessoas que são levadas a viver nesta situação têm assegurado pela Constituição Federal o acesso a direitos sociais e humanos, contudo há um estigma negativo é reforçado pela culpabilização de grande parte do senso comum e alguns agentes públicos que lhes atribui a responsabilidade por estarem nas ruas e lhes exige ações individuais para saírem desta condição. No acesso aos direitos sociais e humanos que estas pessoas encontram as maiores dificuldades para a construção de novos projetos de vida

História da luta do movimento social da população em situação de rua.

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Fonte: Site da prefeitura de Embu das artes, autor desconhecido. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e temos uma população em situação de rua seja tão antiga quanto a existência das cidades, recebendo um tratamento extremamente violento e preconceituoso.  Após o fim institucional da escravidão milhares de ex-escravos e escravas, agora trabalhadores livres e sem local certo de moradia e trabalho foram lançados nas ruas das cidades. Este grupo desperta preocupações nas elites e dos legisladores, o que significou a consolidação de um tratamento desumano, proibindo o trânsito e recolhia compulsoriamente à cadeia pessoas que estivessem dormindo nas ruas, descalças ou que não estivessem vestidas adequadamente. É a partir dessa compreensão que o movimento social da população em situação de rua vem sendo organizado ao longo dos anos.  Não temos uma história oficial sobre a organização da população em situação de rua e do movimento pela garantia dos seus direitos. Con