Discussão sobre o filme: Memória negra de Abdias do Nascimento do diretor Antônio Olavo.


Por: Elisia Santos.


Abdias do Nascimento é um mártir para o movimento negro e o movimento social. Homem que deixa muita saudade e tristeza pela sua morte e como diria os mais velhos: Uma biblioteca que se queima.
Ele nasce em São Paulo, numa família humilde de sete irmãos, desde pequeno estava imersão em situações de pobreza e racismo, por conta disto foi despertado desde cedo a consciência com relação à situação do negro na sociedade brasileira.
Ele conta no filme o episódio da mãe dele saindo em defesa de um menino negro que foi agredido por conta do racismo. Ele aponta que ali conhece o que se chama de: solidariedade negra. Este se envolve desde cedo em passeatas e protestos pela rua, contudo sua primeira experiência orgânica foi em 1931, quando fundou a Frente Negra Brasileira, em São Paulo.
Nesta época ele servia concomitantemente ao Exército brasileiro. Todavia, foi expulso por causa de uma briga, apos ter sido barrado num bar por ser negro, mas antes da expulsão funda um jornal – O Recruta- um jornal considerado comunista.
Durante este processo de ditadura ele começa a viajar com poetas argentinos, de onde surge a idéia de montar o Teatro Experimental do Negro.
Segundo ele o objetivo deste teatro é resgatar e imortalizar valores da cultura africana preconceituosamente marginalizada à mera condição folclórica, pitoresca ou insignificante.
Esta iniciativa além de está no campo da arte, também é uma intervenção político-programática. A valorização do negro através da educação, cultura e arte. E tal atuação só foi possível graças a intervenção de várias pessoas e grupos.
O TEN, trás a tona a atuação de atores e atrizes negras com personagens usualmente caracterizados de forma a legitimar a tese de inferioridade que repousava sobre esta parcela da população.
No dia 08 de maio de 1945, na grande cidade do teatro, Rio de Janeiro, o TEN marca sua história com suas peças, até quando a censura da ditadura militar, pós Golpe de 1964, permite.
Posteriormente, Abdias assume o cargo de deputado federal, nas primeiras eleições após o regime de exceção e apresenta o projeto de lei propondo políticas públicas de igualdade racial, que chama de ação compensatória.
Foi um  político dedicado a discussão racial, reapresentando seu projeto de lei sobre ação compensatória e sugere criar uma ação civil pública contra atos de discriminação racial.
Neste documentário Antonio Olavo constrói um belíssimo roteiro e fotografia e Abdias é muito lúcido e direto sobre sua trajetória de vida e a luta contra o racismo no Brasil, foi um grande político e exerceu de forma plena e coerente seu mandado, a partir do que sempre defendeu.



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