SÍNDROME DE DOWN



Resenha



SÍNDROME DE DOWN

Márcia Leody Corrêa Nascimento

Por: Elisia Santos.





A síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam um atraso no desenvolvimento das funções motoras e mentais.Os estudos sobre essa alteração genética começaram no século passado, pelo médico inglês John Langdon Down.

 Ele descreveu alguns sinais físicos semelhantes em um grupo distinto  de pessoas e denominou o distúrbio de mongolismo, pelo fato dos portadores apresentarem os  olhos amendoados, tais quais os da raça mongólica. Down descreveu essas pessoas como amistosas, amáveis, mas improdutivas e incapazes para o convívio social.

Estes indivíduos possuem células normais (com 46 cromossomos) e trissômicas (com 47 cromossomos). A maior incidência é entre mulheres com idade materna de 35 anos, contudo qualquer casal poderá ter um filho com síndrome, independente de raça ou condição social.

Geralmente a identificação do indivíduo com esta síndrome é feita na ocasião do nascimento ou logo após, pela presença de algumas características que os diferem das demais crianças.



Fisicamente, a musculatura é mais flácida, os olhos tem pálpebras estreitas e levemente oblíquas,com presença de pele no canto interno (prega epicântica); a íris apresenta pequenas manchas brancas (manchas de Brushfield); a cabeça geralmente é menor e a parte posterior levemente achatada. A moleira pode ser maior e geralmente demora um pouco mais para se fechar; a boca é pequena e muitas vezes se mantém aberta com a língua projetando-se para  fora; as orelhas são geralmente pequenas e de implantação baixa. O conduto auditivo é estreito; os dedos dos pés comumente são curtos e na maioria das crianças há um espaço grande entre o dedão e o segundo dedo. Muitas têm o pé chato.

Estas características são comuns com estas crianças, contudo elas também parecerão com seus pais uma vez que herdam os genes destes e assim, apresentarão características diferentes entre si, como: cor dos cabelos e olhos, estrutura corporal, padrões de desenvolvimento etc., estas características determinam uma diversidade de funcionamento comum aos indivíduos considerados normais.



Quanta a linguagem, uma das características da população com síndrome de Down é o denominado “atraso da fala”. Isso pode ocorrer no início da aquisição da linguagem, implicando aí numa demora maior para a criança começar a emitir as primeiras palavras e pode manifestar processo de desenvolvimento, determinando um ritmo mais lento do que o seguido pela população normal.

Esse distúrbio decorre de um erro na formação de uma das células reprodutoras (óvulo ou espermatozóide) ou ainda quando a célula inicial do bebê já se formou. Em ambos os casos existe o aparecimento de um cromossomo a mais no par de número 21.

Resultados de pesquisas recentes sobre o desenvolvimento fonológico e lingüístico de crianças com síndrome de Down têm mostrado que,  embora estas crianças apresentem um atraso na aquisição de fonemas, suas dificuldades são muito semelhantes às encontradas na seqüência de desenvolvimento das crianças normais. Strzulla (1953

Gamon (1983), embora a linguagem da criança com síndrome de Down apresente-se bastante similar durante o início das vocalizações, ela se desenvolve mais lentamente e mostra-se cada vez mais diferente, quantitativamente, da linguagem da criança normal.

Associada a tais características está a idéia de que crianças com síndrome de Down também manifestam um “déficit cumulativo”, isto é, tendem a parecer mais aos seus coletâneos comuns no início da vida e, com o passar do tempo, tornam-se cada vez mais diferente (Smith e

Stoel-Gamon, 1983).

A criança com síndrome de Down mostra progresso no seu desenvolvimento de fala e seu atraso se faz sentir somente quando comparada com criança normal de mesma idade cronológica.

Comum a muitos autores (Moerk, 1975; Mahoney, 1975; Bonvillian, Raenburn e Horan, 1978), é a consideração de que as mães apresentam comportamentos bastante sugestivos de adaptação de sua fala a um nível de compreensão acessível à criança, sem que, no entanto, deixem de promover o seu desenvolvimento.

As mães das crianças com síndrome de Down apresentaram um controle maior sobre o diálogo do que as mães de crianças normais; os pares mãe criança com síndrome de Down apresentaram menos contato de olho a mais vocalizações concomitantes, e as vocalizações das crianças com síndrome de Down foram, na  sua maioria, desvinculadas do contexto do diálogo. Tais diferenças podem influenciar negativamente o processo comunicativo dos pares mãe- criança com síndrome de Down.

Entre as atividades realizadas podemos citar as seguintes: brincadeiras de interação face a face; brincadeiras de esconder -achar; brincadeiras frente ao espelho; imitação de movimentos com os lábios, língua e bochechas; brincadeiras para percepção auditiva: presença/ ausência de  sons e vocalizações; procura de estímulo sonoro (em várias posições); localização rápida de sons e canto, canto com gestos etc. Enfatizamos bastante as brincadeiras para formação da noção de objeto e sua percepção e exploração (esconder/ achar, tocar, jogar, observar o movimento etc.), pois, como sabemos, o desenvolvimento da criança é um todo, estando a linguagem ligada ao desenvolvimento global.


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