Por um universo com muitos Daniels!


Por um universo com muitos Daniels!

Algumas pessoas nao aprovam o uso do facebook e acreditam que este espaço é perda de tempo, bem cada pessoa usa seu tempo da melhor forma que é cabível, contudo todas nós precisamos de um momento de oxigenização do cérebro. As redes sociais serve para encontros, bate-papos, terapia do riso e descobrir similaridades com outras pessoas.
Numa quinta-feira de Bonfim, após uma longa estrada de sono e pipoca doce decido dar uma olhada na minha rede social e olhar as últimas publicações, eis que na minha timeline aparece a seguinte frase de um amigo historiador, recém aprovado no mestrado: Após um tempo da divulgação dos resultados, só uma pessoa da família me liga pra parabenizar pelas aprovações nos Mestrados da UESB e UFBA."Pra quê diploma?"”( SANTOS, 2015)
Reli está frase por mais alguns minutos e tive uma vontade imensa de chorar, este sentimento que o colega está tendo, eu tive no ano passado, nossa família não compreende nossos esforços, não percebe nosso ganhos, não somos como nossos pais e eles não reparam os avanços dos filhos, monstros. Monstros?
Não podemos classificar nossas mães e pais negros como monstros, eles tem noção do que é Universidade? Nesta crise da família não me reconhecer perguntei ao meu Tatá Nazazi o que ela achava desta postura e ele afirma: “ Você é da advogada ou médica? Trabalha na Petrobrás ou ODEBRECHET ?”( NAZAZI, 2014)
Infelizmente nossas referências de progresso ainda está no período colonial onde apenas médicos e advogados tinha prestígios e credibilidade. Isso foi assentado e acentuado na mente das pessoas que qualquer outra profissão ainda não é o fim da estrada, que tenha calma, ainda falta os cursos certos na tua vida.
Diploma para que? Você vai precisar dele para se entender no mundo e exercer o papel de diferente no meio dos seus. Não há mérito de ser acadêmico se não interferimos mesmo que minimamente a nossa família e depois na universidade, segundo Ângela Figueiredo:

 Como o resultado da expansão da política acadêmica tem se ampliado o número de mestres e doutores negros no Brasil que atuam, majoritariamente, em espaços periféricos, do ponto de vista da produção acadêmica. Uma questão importante que precisa ser enfrentada no contexto atual pós-cotas é como aumentar o número de professores negros nas universidades públicas brasileiras, já que sabemos que não se faz multiculturalismo numa universidade onde o corpo docente tem uma composição racial tão distante da população e, atualmente, do corpo discente. (FIGUEIREDO, 2007)

As mudanças precisam acontecer em todos os espaços, porque os novos negros e negras nas diversas áreas da universidade são referencias e precisam se fazer referência, não andar querendo agraciar as famílias, mas estruturá-las.
Há um perigo de uma história única como destaca Chimamanda Adiche e não podemos seguir este trilho, estamos cientes que novos caminhos serão traçados e que mesmo assim quem comerá do teu pão não entenderá a diferença, conforte-se  maturidade irá te ensinar o que fazer com os canudos.




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