MATEMÁTICA SEM SOFRIMENTO, NEM COMPLICAÇÕES.
MATEMÁTICA SEM
SOFRIMENTO, NEM COMPLICAÇÕES.
O que é matemática
no nosso cotidiano? Desde quando ela se torna um monstro em nossas vidas?
Porque muitas vezes a colocamos como uma disciplina difícil e complicada? Contudo
o que é aprender matemática? O que essa aprendizagem significa? Qual nosso
papel como psicopedagogas? Como devemos assumir esse processo de
ensino-aprendizagem desta disciplina?
Quais
então as motivações se podem trazer para sala de aula? E é nesse contexto que
nos sobrecarregamos de perguntas com os quais temos que responder e agir de
modo a mudar muitas coisas ao nosso redor, inclusive a nós. Neste contexto a
matemática não é um problema, pois devemos suscitar o gosto pelo trabalho
mental se desafiar a curiosidade e proporcionar ao aluno o prazer pela
descoberta da resolução.
A matemática traz consigo um estigma que
remete ao medo e à dificuldade, e para muitas pessoas é sinônimo de sofrimento
e de tortura. Isso, de certa forma, acaba se tornando verdade, tendo em vista o
modo como essa matéria é trabalhada em sala de aula, de modo que muitos
professores encontram-se despreparados. Muitas vezes eles são detentores do
conhecimento, porém, não da didática adequada, o que certamente gera uma aula
automatizada e sem o menor sentido, quando pensada para a utilidade na vida
prática do aprendiz. O educador exerce um papel de grande relevância, como
agente de mudanças e formador de opiniões e caráter ao longo da vida do aluno.
Ele poderá influenciar no desenvolvimento futuro do aluno, gerando simpatias e
antipatias pela disciplina, além de causar traumas e dificuldades de
aprendizagem ao longo da vida escolar.
Neste
sentido, os problemas matemáticos bem formulados podem estimular a curiosidade
do educando e fazê-lo interessar-se pela matemática. Ensinar matemática é
desenvolver o raciocínio lógico, fomentando
o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas.
A matemática não é a disciplina mais difícil,
mas a forma de como ela é apresentada ao nosso universo infantil, adolescente é
que faz com que ela se torne complicada. Devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a
aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração,
atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, isso é o papel do
educador matemático.
Servantes aponta que:
Servantes aponta que:
“A postura do professor de matemática tem uma
influência direta sobre como o aluno se comportará frente a aprendizagem da
matemática, pois há condições afetivas que podem promover uma aproximação dos
conteúdos, buscando as afinidades necessárias para o seu desenvolvimento no
pensar ou raciocinar de forma lógica”. (SERVANTES, 2012)
Observando
essas questões vemos que a área da
Matemática sempre foi considerada, para muitos, como a vilã das vilãs, pois foi
reproduzido que para ter seus conteúdos aprendidos era necessária uma grande
habilidade, decorar ou inteligência. No entanto o sofrimento não era somente do
educando, mas também dos educadores que sem saber como passar o conteúdo ou qual
metodologia a ser aplicada, somente repetiam o ensino bancário que lhe fora
passado. Ensino este que era descontextualizado e com o treino como principal
atividade, somente a repetição.
Nos
tempos atuais aprendemos a aprender através de estudos, principalmente a Didática
da Matemática baseada nos pressupostos piagetianos, que o aprendizado de
conceitos matemáticos está ligado a "como" esses conceitos são
apresentados ao estudante: com ou sem significado. As atividades lúdicas como
jogos, brincadeiras, brinquedo, teatro devem ser
vivenciadas pelos educadores, principalmente da Educação Infantil.
O ensino da matemática é importante,
pois tem um papel decisivo para resolver problemas da vida cotidiana e funciona
como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas
curriculares. Souza (1996) afirma que as dificuldades de aprendizagem aparecem
quando a prática pedagógica diverge das necessidades dos alunos. Neste aspecto,
sendo a aprendizagem significativa para o aluno, este se tornará menos rígido,
mais flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus sentimentos,
interesses, limitações e necessidades. Desse modo, a escola deve possibilitar
melhores condições de aprendizagem, selecionando atividades e posturas que
promovam o resgate da autoestima da criança.
Para Kishimoto (1999) o jogo possibilita
a criança aprender com o seu ritmo e suas capacidades. Há um aprendizado
significativo associado à satisfação e ao êxito, sendo este a origem da
autoestima. Quando esta aumenta a ansiedade diminui permitindo a criança
participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação. O ensino da
matemática precisa desenvolver não apenas a capacidade de calcular, como também
habilidades de comunicação de representar, falar, escutar, criar, expor seus
pontos de vista, explicar suas estratégias, confrontar e argumentar. Percebemos
que dessa forma as crianças poderão tomar decisões, agindo com propriedade de
conhecimento e não apenas como executoras de instruções, desta forma o trabalho
com a matemática contribui para a formação de cidadãos autônomos, capazes de
pensar por conta própria, solucionando seus problemas cotidianos.
O educador deve proporcionar métodos
inovadores, valorizar a qualidade do que é ensinado, manter-se sempre
atualizado e não ter receio de expor ideias revolucionárias, mesmo que estas
venham questionar teorias consagradas ao longo do tempo. É preciso adquirir uma
desenvoltura no uso dos diferentes procedimentos que lhes são afetos. O jogo,
com seu caráter lúdico, é importante para o ser humano em qualquer idade.
Propiciar situações com jogos é investir no prazer, no desafio e no melhor
desempenho dos alunos. Entretanto, os jogos devem ser utilizados com critério
pedagógico, para alcançar êxito nas práticas educativas.
Todavia, sua presença e atuação pode
despertar o prazer de aprender. No processo ensino-aprendizagem o educador deve
considerar que nem todos os alunos aprendem da mesma forma, e não têm os mesmos
interesses ou habilidades, o que necessita de uma atenção especial para que
possa integrar todos no processo de aprender. Dessa forma, o professor,
reconhecendo as diferenças existentes entre os alunos e adotando procedimentos
pedagógicos alternativos, saberá potencializar as capacidades individuais dos educandos,
tanto as de ordem cognitiva, afetiva, física, ética e estética, quanto às de
relação interpessoal e de inserção social. Ensinar matemática, antes de tudo, é
desenvolver o raciocínio lógico, instigar o pensamento, provocar a
criatividade, estimular a capacidade de resolver problemas. Os professores,
muitas vezes, na busca em tornar o assunto fácil de ser transmitido e
compreendido, perdem o fio da meada, ou conseguem objetivo contrário ao que se
propõe. Dependendo de sua postura, eles poderão favorecer uma aprendizagem
significativa e eficaz, ou até mesmo destruir a visão positiva que a criança
tem da matéria. O prazer de aprender deve ser despertado através de
alternativas motivadoras, e envolvendo uma proposta lúdica, é possível ao
professor estimular o desenvolvimento da personalidade, da autonomia e da
criticidade. Como afirma Piaget (apud BARROS, 1998, p.34) “... a atividade
lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por
isso, indispensável à prática educativa”.
O lúdico faz parte de toda criança, que
mesmo brincando, constrói seu conhecimento e experimenta novas soluções.
Brincar exercita a espontaneidade infantil, desenvolve autoconfiança, a
concentração e o raciocínio lógico, além de inúmeras habilidades e
competências. Considerando todas as complexidades que envolvem o ensino da
matemática, é imprescindível repensar esta prática pedagógica, levando em conta
a didática utilizada pelo professor e a observação pormenorizada dos alunos,
enfatizando seus conhecimentos prévios e suas experiências pessoais.
Como psicopedagogas, cabe-nos organizar
essa interação entre professor e aluno, construindo uma pareceria que vise uma
qualidade maior de ensino-aprendizagem e envolvendo uma mudança efetiva da
prática pedagógica. Uma ênfase deve ser dada o emprego de ferramentas lúdicas,
onde ambos sejam desafiados a criar elos que possibilitem uma troca divertida e
construtiva da relação da criança com o mundo e com a sociedade em que vive,
desmistificando a matemática e tornando-a capaz de aprender sem sofrimento e
complicações.
Referências bibliográficas.
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Disponível: http://www.psicopedagogia.com.br/new1.artigo.asp?entrid=1676#.vfjfKjtf9va. Acesso: 26/05/2015.
SERVANTES, Luciano, Pensamento Lógico
Matemático – Recuperando o pensar. 2012
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