As empreendedoras de sempre.



No final de 2014 foi instituído o projeto de lei de Empreendedorismo negro e de mulheres, a lei 13.208/2014, um dos grandes ápices para o movimento negro e de mulheres, é fazer valer uma política necessária para uma comunidade será excluída e discriminada.
Contudo, para atingir este público baiano é necessário conhecer e ter dimensão dos seus empreendimentos e metas, para tanto vamos discutir textos, artigos, pesquisas e livros que discutam este tema, assim iremos amadurecer com os empreendimentos.
Para discutir empreendedorismo negro e de mulheres é importante perceber o cenário atual e os espaços que trabalham com esta temática, o primeiro espaço que vamos analisar é o Instituto Ethos.
O Instituto Ethos é uma associação, destinada a mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa, em cumprimento à legislação em vigor.
Segundo o diretor do instituto Jorge Abrahão dos dez brasileiros entre 18 e 64 anos, três são empreendedores, estes são dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). O levantamento mundial sobre o empreendedorismo é fruto da parceria entre a GEM, a London Business School e o Babson College.
Nesta pesquisa foi apresentado que o perfil do empreendedor no Brasil é feminino, especificamente as mulheres negras, entre 18 e 49 anos, classe C, todavia ainda são as que ganham menos nas mesmas condições de trabalho.
O perfil dessa empreendedora revelou que até no final da década de 90, quem abria um negócio próprio o fazia por falta de ocupação no mercado de trabalho, pois o sonho ainda era da carteira assinada.
Por muito as mulheres negras eram grandes empreendedoras, comercializando mingaus, acarajés, mariscos, entre outros alimentos, estas sempre empreenderam mais do que os homens e as causas eram variadas: baixos salários, acesso ilimitado a cozinha e a rua e jornada flexível (que permite conciliar vida doméstica com atividade profissional). Hoje, de acordo com este estudo, as empreendedoras escolhem abrir seu próprio negócio ou participar de projetos. As questões salariais e de jornada de trabalho ainda são fatores importantes para essa decisão, mas influência também a oportunidade de pôr em prática sua própria ideia.
Isso mostra uma mudança cultural importante e silenciosa, mas que deve mostrar seus impactos socioeconômicos em breve, tais como o incremento do número de mulheres gerenciando negócios de sucesso, o aumento da renda nesse segmento e mudança de status dessas mulheres, com reflexos profundos no comportamento da sociedade.
Deverás, ainda persiste a desigualdade salarial tanto de gênero quanto de raça. A pesquisa do IBGE mostra que as mulheres recebem 60% do rendimento médio dos homens e que o salário de uma mulher negra não ultrapassa 35% dos rendimentos de um homem branco. Estes números mostram um mercado de trabalho que paga os profissionais mais de acordo com perfil de raça e de gênero do que por aptidões e produtividade.

Elisia Santos

Socióloga.

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