A união do rebanho faz o leão ir dormir com fome. (Provérbio africano)
A ditadura e suas facetas
racistas e sexistas.
A união do rebanho faz leão ir dormir com fome. (Provérbio
africano)
Este texto é antes de tudo para
não se esquecer dos heróis e heroínas desta nação que acreditaram que apesar de
tentarem nos manter invisíveis, todos nós estamos vivos e crescendo cada vez
mais. Nosso respeito ao militante negro Osvaldo Orlando da Costa
(Osvaldão), à Helenira Rezende de Souza Nazareth (Preta, Fátima); Dinalva
Oliveira Teixeira (Dina), Lucia Maria de Souza (Sônia), Francisco Manoel Chaves
(marinheiro).
Quando se pensa em ditadura
militar vem um filme em nossas cabeças e começasse a pensar no quanto este
momento deve ter sido tempos de terror para os militantes dos diversos
segmentos sociais.
Fazendo uma leitura desta fase
política e comparando com a atualidade é possível imaginar o quanto mulheres,
negros, homossexuais e militantes de esquerda devem ter sofrido com humilhações
e torturas.
A ditadura perseguiu os
militantes e as reuniões do movimento negro desde o inicio, como uma forma de
não deixar nascer um suposto movimento Panteras Negras, contudo no Brasil não
cresceu desta forma, mas conseguiu atacar com as armas que tinham o regime
existente.
Além
disso, a perseguição contra as mulheres foi brutal e demasiada, mas elas se mantiveram
no movimento. Para Maria Amélia de Almeida Teles falar de
mulher e ditadura é lembrar-se das crianças sequestradas, abandonadas,
torturadas ou nascidas nos centros clandestinos da repressão.
E
não esquecer que uma das formas de atingir estas mulheres é através da violência
sexual e contra seus filhos:
Registrar
que houve o estupro como prática de tortura nos órgãos de repressão durante a
ditadura militar é o começo para desvelar os horrores cometidos contra as
mulheres e as crianças durante a ditadura. (TELES, 2014)
O jornalista Luis Claudio Cunha
afirma que o passado condena o papel horroroso da grande mídia
brasileira, pois esta apoiou e consolidou uma política autoritária, trazendo a
tona inimigos como o governo Jango, a aliança
nacionalista do Partido Trabalhista Brasileiro, o comunismo, que,
aparentemente, resumia tudo aquilo e os movimento sociais
E qual a melhor forma
para derrubar estes grupos? Conseguindo o apoio da nação, do povo, fazendo com
que as pessoas acreditassem realmente que estes eram os “comedores de criança”
e a maldição deste país, e a estratégia usada foi os meios de comunição.
Cunha
aponta que os golpistas perceberam a importância do rádio e da televisão e
começam a produzir programas de TV e de rádio no horário nobre das principais
cidades do País, alienando os telespectadores como suas novelas, propagandas e
jornais.
Juremir
Machado da Silva afirma que o Brasil teve governos do centro para a esquerda
em: 1951-1954, 1961-1964 e 2002 até hoje, e a mídia aliou-se todas às vezes a
elite conservadora, não podemos esquecer que os meios de comunicação são
formadores de opinião e uma arma perigosa contra a democracia.
Os
grandes jornais paulistas e cariocas apoiaram o golpe e a ditadura. E segundo
Silva a Folha de S. Paulo, Bandeirantes (OBAN) transportar “subversivos” para o
tronco e a errata deste espaços nunca apareceu.
O
Globo, O Estado de S. Paulo e a Tribuna da Imprensa foram contra a posse de
Jango em 1961, a favor do golpe de 1964 e defensores do regime e hoje continuam
seguindo os mandos e desmandos da elite brasileira, sem vergonha e sem
compromisso com a verdade.
É
importante re (lembrar) que a violência, a perseguição e o controle dos grupos
sociais tidos como desviantes foi em excesso, é só observar a postura de alguns
deputados nos dias de hoje que apoiam a ditadura militar e a conservação de uma
moral utópica.
Segundo
Renam Quinalha a única forma de inverter os danos causados por este regime é
fazer valer as obrigações do Estado, estas são:
1)Reparar os danos causados: oferta de
reparações pecuniárias e simbólicas para os perseguidos políticosou para as
famílias dos mortos e desaparecidos; 2) Investigação dos fatos e
responsabilização jurídica dosagentes violadores (direito à justiça): investigar,
processar, apurando responsabilidades, sobretudo as dosagentes públicos, e
punir violadores de direitos humanos; 3) Direito à verdade e acesso a
informações:revelar a verdade para vítimas, famílias e toda a sociedade,
possibilitando a efetivação do direito à memóriapor meio de um acesso total e
irrestrito aos arquivos e dados produzidos durante a ditadura (direito de
acesso à informação e abertura completa dos arquivos públicos); 4) Políticas de
memória e fortalecimento das instituições democráticas: cultivar uma memória
pública e democrática, constituída desde as narrativas das vítimas e com a
participação direta destas. Nesse campo, outras medidas também são importantes,
tais como retirar nomes de violadores dos direitos humanos de ruas e lugares
públicos; e 5) Reforma das instituições: fazer esforços na mudança da cultura
institucional e da dinâmica de atuação dos órgãos do Estado, sobretudo das
forças de segurança, dos aparatos judiciais e de outros organismos que foram
utilizados pela repressão. Uma medida comum nesse ponto é afastar os criminosos
de órgãos relacionados ao exercício da lei e de outras posições de autoridade,
processo conhecido como expurgo ou lustração. ( QUINALHA, 2014)
Precisamos
ter em mente que a derrubada da ditadura não representou políticas públicas, é
função do Estado brasileiro romper com as estruturas do patriarcalismo, do
racismo, do sexismo, da heteronormatividade e de outras formas de opressões o
quanto antes.
Referências
bibliográficas.
CUNHA,
Luis Cláudio. O papel feio
da mídia na ditadura de 1964. Observatório da imprensa. Ed. 574. 26 de janeiro de 2010
QUINALHA, Renan Honório. Uma ditadura contra a liberdade sexual: a Justiça de Transição com
recorte LGBT no Brasil. São Carlos/SP:EdUFSCar, 2014).
TELES, Maria
Amélia de Almeida. Mulheres e Ditadura Militar.10. RIDH | Bauru, v. 2, n. 2, p.
9-18, jun. 2014.
|
SILVA,
Juremir Machado da. Jango e as raízes da imprensa golpista. Carta Capital, edição de 28 de março de
2014.
Muito bom, parabens!!!!
ResponderExcluirObrigada amor, feliz por teu comentário!
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