Feliz dia Rangers!

Hoje pela manhã recebo de um grupo de amigas antigas da faculdade um feliz “dia da amiga”, recebo aquilo de forma estranha, porque dentro de um ano recebo um “feliz dia da amiga” três vezes, nunca sei qual o dia ao certo e nunca sei o que responder. Na verdade o que eles e elas esperam escutar? Obrigada ou para você também? Agir com diplomacia, ás vezes cansa, só dou uma risada e sigo.

Goffman no livro “A representação do eu na vida cotidiana”, ao abordar as interações entre as pessoas, afirma que interpretamos de modo constante o papel que queremos transmitir, assumindo personagens e nos tornando atores em um determinado encontro de interação social e ser ator é uma função difícil.

Estabelecemos estereótipos e temos posturas a partir de experiências anteriores, tememos que o outro não nos veja como um ser que não corresponda a sua expectativa, contudo personagens cansam e agir conforme a peça torna-se no decorrer da vida enfadonho e falso.

Dizer obrigada e eu também, quando não se acredita nos votos torna-se uma tarefa árdua e quando entende o porquê da data comemorativa sem presentes e sem propósitos as pessoas te colocam como se fosse um ateu, graças a Deus. Enxurradas de slides com; flores, pôr do sol, ursos de pelúcia, filhotes e Deus fique com você, enchendo sua caixa de email e isso tudo termina no vazio de contemplações, como sair desta enrascada?

Não há saída para interações sociais, não há escapatoria para um “eu te amo” forçado, em terra de amores líquidos, diplomacia é uma boa resposta. Bauman afirma que estamos na era da liquidez, fluidez, volatilidade, incerteza e insegurança, tudo é do consumo, gozo e artificialidade, então podemos optar minimamente por um sorriso discreto.

Em tempo de tanta desesperança e primeiramente Fora Temer, posso desejar um feliz dia e desculpe pela frieza, vamos tirar o dia do amigo do calendário e marcar um café com leite e brigar para agendar um horário e dar o sentido Weberiano as relações.

Mestra Elisia Santos.