As flores de Logan!



Não por acaso, depois de uma reunião instigante, em plena segunda-feira, encontro dois amigos que de forma muita cortês, convidam-me para assistir no cinema, nada menos, que Logan! Não estava nos meus planos cinéfilos este filme, estava com toda disposição para assistir Moonlight: Sob a Luz do Luar de Barry Jenkins. Considero que este será o filme do ano, mas ainda não consegui visualizar um cinema e horário em Salvador, compatível com minha agenda, então decido assistir aquele que não estava nos meus projetos.
Deverás, estamos aqui para discorrer sobre o longa de James Mangold e ressaltar o ícone que é Wolverine (Hugh Jackman), este ator que é um espetáculo, contudo não esqueçamos que é um elenco cheiro de boas oportunidades, financiamentos e excelente interpretações.
Este longa parece mais um filme de drama do que ação, repleto de mensagens subliminares e conselhos sobre a vida, lembrando Matrix (1999) e suas pílulas. Uma discussão pertinente entre passado e presente, juventude e velhice, saudosismo e tecnologia. E o mais importante, é o momento de passar o trono para a nova geração, passando o bastão para Laura Kinney / X-23 (Dafne Keen).
Foram 17 anos de brilhantismo de Wolverine e suas lindas garras. O filme é uma despedida do personagem e do ator. Um divisor de águas, sem lágrimas. O filme é retratado em 2029, onde vivenciamos os efeitos colaterais de Logan ter sido Wolverine por tanto tempo, a velhice chega para todos e todas.
Se você for ao cinema desejando um filme pirotécnico que move pontes como os filmes anteriores da linhagem, não vá! O filme prioriza o estudo psicológico de personagem (na linha de Batman - O Cavaleiro Das Trevas). O longa não é exatamente a continuação dos (controversos) filmes-solo do Wolverine; funcionaria melhor como uma sequência de Os Brutos Também Amam (1953) – citado em Logan e, reza a lenda, fonte de inspiração para “Velho Logan”.
Em síntese o filme é magnânimo, nas primeiras cenas já me mostrou isso, quando Logan pega o saudoso Charles no colo para colocá-lo na cama, isso aponta que todos precisam de cuidados, inclusive os grandes. Charles é o único resquício no filme do passado do Logan com os outros mutantes, o Charles é a única companhia do Wolverine até ele encontrar a Laura. Como diz na crítica, Os Brutos Também Amam e o Logan é desses brutos, que amam ao seu modo.
Este não é o filme de heróis: é um filme de homens. O diretor James Mangold, escreve e produz o longa e entrega uma visão coesa, sem segmentações, tão comuns quando se precisa fazer um longa que agrade estúdio, fãs cativos e críticos. E salvo a concessão de uma frase no final do filme, o resto parece uma história contada como se pretendia. E que história. Um verdadeiro faroeste dentro do universo dos gibis, onde a distopia atinge personagens que amamos, e o sentimento de poeira e decadência de Mad Max se faz presente e nos atinge a cada cena. O cenário perfeito para Hugh Jackman se despedir com maestria do papel que faz há 17 anos e o fez famoso - entregando o Wolverine cru que sempre se esperou, diante de uma magistral atuação de Patrick Stewart digno de um Oscar de ator coadjuvante, que nunca virá. E a essa dupla se soma um achado, a pequena Dafne Keen que entrega uma atuação de gente grande. Wolverine estava presente no longa que trouxe os heróis de volta ao cinema, e é responsável, quase duas décadas depois, pelo filme que muda o patamar do gênero. Impossível não se emocionar.
Para Logan todas as flores!
Logan — EUA, 2017
Direção: James Mangold
Roteiro: James Mangold, Michael Green, Scott Frank
Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Boyd Holbrook, Stephan Merchant, Dafne Keen, Elizabeth Rodriguez, Richard E. Grant
Duração: 135 min.

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