Material de Estudo para Concurso


CONHECIMENTOS GERAIS
Educação brasileira: Temas educacionais e pedagógicos.

As diferentes correntes do pensamento pedagógico brasileiro e as implicações na organização do sistema de educação brasileiro.
·       O pensamento pedagógico brasileiro buscou, entre as décadas de 1930 e 1980, ancorar-se em bases científicas. Porém, a partir da década de 1990, sobreveio uma forte inflexão: a aspiração científica cedeu lugar ao fenômeno da descrença na ciência. E o pensamento pedagógico enveredou pelo caminho da desconstrução das idéias anteriores antepondo-lhes prefixos do tipo “pós” ou “neo”. Dessa metamorfose resultaram correntes como o neoprodutivismo, o neo-escolanovismo e o neoconstrutuvismo que dominam a cena pedagógica brasileira atual.

·       Com os jesuítas em 1549 pensamos numa “pedagogia brasílica” para destacar o empenho dos primeiros jesuítas em ajustar seu pensamento pedagógico às condições específicas do processo de colonização e catequização dos indígenas nas terras descobertas por Cabral.
·        Do mesmo modo podemos dizer que, a partir de 1599, o pensamento pedagógico no Brasil assumiu o pensamento pedagógico da contra-reforma católica.
·        A partir de 1759, com a expulsão dos jesuítas, o pensamento pedagógico incorpora características das idéias iluministas.
·       Instala-se um Estado laico e, em conseqüência, é abolido o ensino religioso das escolas públicas.
·       a partir do final da Primeira República que começam a emergir os profissionais da educação e, com eles, têm início a configuração do pensamento pedagógico brasileiro em sentido próprio. O marco inicial desse processo é a fundação da Associação Brasileira de Educação (ABE), em 1924, que passou a organizar anualmente, a partir de 1927, as Conferências Nacionais de Educação.
·       Desde a fundação até a IV Conferência Nacional de Educação realizada no Rio de Janeiro em dezembro de 1931, quando se deu o debate do qual resultou o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, católicos e escolanovistas conviveram no interior da ABE.
·       Em 1932, Anísio Teixeira empreende a reforma da instrução pública do Distrito Federal e instala, no Instituto de Educação, a Escola de Professores com uma estrutura de apoio envolvendo Jardim de Infância, Escola Primária, Escola Secundária que funcionavam como campo de experimentação, demonstração e prática de ensino para a formação de professores, cujo currículo contemplava: Biologia Educacional, Psicologia Educacional, Sociologia Educacional, História da Educação e Introdução ao Ensino (VIDAL, 2001, p.82).
·       Em 1933, foi a vez de Fernando de Azevedo realizar nova reforma da instrução pública no estado de São Paulo mediante a aprovação de um “Código de Educação” que acarretou a reorganização da formação pedagógica. O Instituto de Educação passou a abranger o Jardim da Infância, Escola Primária, Escola Secundária, Escola de professores, Centro de Psicologia Aplicada à Educação e Centro de Puericultura.
·       Anísio Teixeira enfatizou o caráter de promoção das pesquisas educacionais do INEP, abrindo-o para as Ciências Sociais. Para tanto, criou em 1955, o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE) ao qual articulou os Centros Regionais de Pesquisas Educacionais (CRPEs), instalados em Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.
·       A aspiração da pedagogia ao estatuto científico prossegue nos anos seguintes com o debate entre “behaviorismo” e “cognitivismo” que contrapôs os adeptos de Skinner e de Piaget.
·       Os anos de 1990 serão marcados pelo abandono daquela expectativa há décadas acalentada. E a ciência passará de objeto do desejo dos educadores a motivo de suspeita. Inflexão no pensamento pedagógico brasileiro: a ciência sob suspeição Não é fácil caracterizar essa nova fase do pensamento pedagógico brasileiro. Isso porque se trata de um momento marcado por descentramento e desconstrução das idéias anteriores, que lança mão de expressões intercambiáveis e suscetíveis de grande volatilidade.
·       Não há, pois, um núcleo que possa definir positivamente o pensamento que passa a circular já nos anos 1980 e que se torna hegemônico na década de 1990. Por isso, sua referência se encontra fora dele, mais precisamente nos movimentos que o precederam.
·       Daí que sua denominação tenda a se fazer lançando mão das categorias precedentes às quais se antepõem prefixos do tipo “pós” ou “neo”. princípios explicativos que nos permitiriam compreender como o mundo está constituído, entende-se a dificuldade de se caracterizar o tipo de pensamento pedagógico próprio da época que estamos atravessando.
·       a) neoprodutivismo, que subverte as bases sócio-econômicas que o pensamento pedagógico buscava encontrar nas ciências sociais;
·        b) neo-escolanovismo, que metamorfoseia as bases didáticas que se procurava definir pela pedagogia entendida como ciência da educação; e
·       c) neoconstrutuvismo, que faz refluir as bases psicopedagógicas que se buscava construir pelas investigações da ciência psicológica.
·        Neoprodutivismo Se as ciências sociais (Sociologia e Economia) buscavam captar o papel do Estado e das instâncias de planejamento. A educação passa a ser entendida como um investimento em capital humano individual. O acesso a diferentes graus de escolaridade amplia as condições de empregabilidade do indivíduo.
·       Estimulando a competição e buscando maximizar a produtividade, isto é, o incremento do lucro, a extração de mais-valia, ela se rege por uma lógica que estabelece o predomínio do trabalho morto (capital) sobre o trabalho vivo, conduzindo à exclusão deliberada de trabalhadores
·        Neo-escolanovismo A exigência de constante atualização imposta pela necessidade de ampliar a esfera da empregabilidade conduziu ao resgate do lema “aprender a aprender”. A mundialização da economia estaria exigindo a gestão do imprevisível. O segredo do sucesso estaria na “capacidade de adaptação e de aprender a aprender e a reaprender”, pois os postos de trabalho vêm se reduzindo tanto na agricultura como na indústria.
·       escolanovismo que se configurou como uma teoria pedagógica na qual o mais importante não é ensinar e nem mesmo aprender algo, isto é, assimilar determinados conhecimentos. O importante é aprender a aprender, ou seja, aprender a estudar, a buscar conhecimentos, a lidar com situações novas. E o papel do professor deixa de ser o daquele que ensina para ser o de auxiliar o aluno em seu próprio processo de aprendizagem.
·       Neoconstrutivismo O construtivismo, desde sua fonte originária e matriz teórica identificadas com a obra de Piaget, mantém forte afinidade com o escolanovismo. Podemos, mesmo, considerar que se encontra aí a teoria que veio a dar base científica para o lema pedagógico “aprender a aprender”. O que vai distinguir a postulação escolanovista desses métodos em relação às formulações anteriores é a busca de base científica, a qual só será encontrada com a formulação da psicologia.
·       Piaget estabelece quatro diferenças entre a inteligência sensório-motora e a inteligência conceitual. Por essas diferenças pode-se compreender por que a inteligência sensório motora não chega a se constituir em pensamento lógico.
·       No âmbito do neoconstrutivismo essa idéia de fundo se mantém, mas é despida do caráter cognitivo ligado à idéia de que o processo adaptativo, para ter êxito, suporia em algum grau o conhecimento do meio pelo sujeito, obtido por esquemas conceituais prévios, conforme entendia Piaget. Agora a questão da verdade é elidida. O neoconstrutivismo se funde com o neopragmatismo e as competências resultam assimiladas aos “[...] mecanismos adaptativos do comportamento humano ao meio material e social” (RAMOS, 2003, p. 108).
·       Nos anos 80 do século XX participou da mobilização dos educadores, reivindicando maior participação nas decisões; na elaboração do projeto pedagógico das escolas; na gestão do ensino; na formulação das políticas educativas.

A didática e o processo de ensino/aprendizagem: planejamento, estratégias, metodologias e avaliação da aprendizagem.

·       Os autores chamam a atenção para a importância do planejamento ao destacar: “- (o planejamento) ajuda o professor a definir os objetivos que atendam os reais interesses dos alunos.
·        o professor tem de planejamento mostra-se importante para sua ação em sala de aula uma vez que este pode influenciar a sua prática de maneiras diferenciadas e até mesmo não influenciar.
·       Planejar é uma realidade que acompanhou a “trajetória histórica da humanidade”, pois o homem sempre pensou em algo na sua vida.
·       O ato de planejar é uma preocupação que rodeia a humanidade. As pessoas planejam a todo o momento, e fizeram do ato de planejar uma prática cotidiana, ou seja, o planejamento está ligado ao fato de pensar as atitudes a serem tomadas durante o dia.
·       Planejar é possibilitar que se tomem decisões corretamente a partir de meios estabelecidos previamente.
·       Afirmam que o planejamento é pensar o que existe, o que se quer alcançar e então definir com que meio se pretende agir e, por fim, avaliar o que se quer atingir. Pode-se dizer, assim, que planejar é um processo pelo qual se pensa a realidade e meios para transformá-la, traçando objetivos e ações para atingir a realidade que se espera. A escola como um segmento importante dentro da sociedade, também é um espaço em que o planejamento das atividades acontece constantemente.
·       Esse entendimento mostra uma visão de planejamento mais compatível com uma visão crítica e transformadora da sociedade em que se encontra, em contraponto com a tendência tecnicista.
·       O plano da escola é um documento maior, com orientações gerais ligadas ao sistema de ensino e ao projeto pedagógico da escola.
·       O plano de ensino está relacionado à previsão de objetivos para um ano ou semestre, onde o professor define os objetivos, conteúdos e metodologia.
·       O plano de aula, por sua vez, é mais específico, relacionado ao desenvolvimento de conteúdos para uma aula ou conjunto de aulas.
·       Nos planos de ensino são especificados os objetivos, os conteúdos, os recursos, os procedimentos e o processo de avaliação. Já o plano curricular é mais amplo e se relaciona com a tomada de decisões, é um instrumento que orienta a educação, como processo dinâmico que integra todos os elementos, visando atingir os objetivos propostos. O plano de curso é elaborado quando da implantação do curso, assim os professores não participam de sua elaboração. Este plano é a organização de uma série de conteúdos que são ensinados e desenvolvidos na escola durante a realização do curso. O plano de disciplina, por sua vez é uma decorrência lógica do plano de curso e do plano curricular. Este plano apresenta objetivos mais específicos relacionados à disciplina ou aos conteúdos.
·       Conforme Libâneo, “a ação de planejar não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controles administrativos; é, antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas.”(1994, p.222).
·       Para Libâneo “os métodos de ensino consistem na mediação escolar tendo em vista ativar as forças mentais dos alunos para a assimilação da matéria”.
·       O método do trabalho independente que minimiza a participação do professor dando um pouco mais de autonomia ao estudante tendo como instrumentos importantes o estudo dirigido e as fichas didáticas. Já o método de elaboração conjunta, também abordado por Libâneo, destaca-se pela interação entre alunos e professores onde o desenvolvimento do conhecimento seria resultado dessa parceria.
·       Com isso, as estratégias pedagógicas seriam vistas como “aqueles procedimentos que implicam uma relação pedagógica cujo objetivo não é manter o aluno ativo apenas, mas captar sua motivação, suas emoções, para, a partir daí, colocar o seu pensamento na conjunção de novas aprendizagens”.

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

·        A avaliação faz parte de uma das dimensões do planejamento e também é parte fundamental do processo de ensinoaprendizagem. Essas ferramentas se mostram muito eficientes como apoio, norte ao professor, dessa maneira o profissional se prepara para a sala de aula da maneira mais adequada que a turma de alunos precisa
·        Planejar é uma atividade presente na vida do ser humano, pode ser percebidas nas coisas simples do dia-a-dia, como tomar banho e fazer um almoço, entretanto o planejamento pode ocorrer em vários níveis de complexidade.
·       Projeto Ensino-Aprendizagem – é didático, próximo do professor e da sala de aula; Projeto de Trabalho – são os projetos de aprendizagem, geralmente de caráter interdisciplinar, incorpora metodologia de trabalho e projeto; Planejamento Setorial – refere-se aos “setores” encontrados no interior da escola, é institucional e importante para o funcionamento da instituição.
·        O ato de planejar deve deixar de ser apenas uma maneira de estruturar recursos para se tornar um apoio, base na tomada de decisão e dimensionar a forma de trabalho.



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