A construção social da tecnologia: A inclusão digital.


 

Introdução sobre o tema gerador

 

A categoria escolhida trabalha a construção social da tecnologia: inclusão digital, pois acredito que todos nós historiadores e historiadoras devemos compreender que o aprender também deve abarcar a tecnologia e a inclusão de todas as pessoas, estamos o tempo inteiro aprendendo com nossos (as) educandos (as), precisamos entender criticamente a realidade a partir dos aparatos tecnológicos que chegam em nossas mãos e instruí-los da potência destes instrumentos para que o conhecimento apreendido seja a principal meta.

O tema escolhido traz uma discussão interessante que é a: A construção social da tecnologia: A inclusão digital. Este é um dos campos de estudos mais utilizados na atualidade, e estamos aqui para compreender como chegar este processo para todas e todos.

Por isso, é proposta a realização do projeto de intervenção, denominado A construção social da tecnologia: A inclusão digital, pois os seres humanos são seres históricos e sociais, estes representam os verdadeiros estruturantes e estruturados desta sociedade pós-moderna. Com a Revolução Industrial e o uso constante de diversas máquinas e ferramentas, houve uma grande necessidade de se pesquisar novos produtos e formas de agir na sociedade.

Contudo, não podemos pensar tecnologia apenas com a criação de máquinas, aplicativos e todo aquele cenário bem típico nos filmes de ficção científica “forma concreta com que a tecnologia é popularmente conhecida” (KENSKI, p. 17,2005). Assim, cada momento foi composto por determinado avanço científico, alterando comportamentos e estruturas sociais.

Nós vivenciamos transformações nas formas de obter, construir, pesquisar, processar e difundir o conhecimento, oriundo dos avanços científicos e tecnológicos. Destacam-se, dentre as consequências diretas para a educação, a utilização dos computadores pessoais e a criação da internet, como meio de informação simultânea e abrangente sobre as mais variadas áreas do saber humano.

Para Philippe Greier um dos maiores nomes na área de desenvolvimento de jogos da vida real com presença no Brasil e na Europa, afirma que nós vivenciamos transformação intergeracional, ou seja, as relações propiciadas pelas tecnologias digitais atuais geram novas oportunidades de trabalho, redes fluidas e novas comunidades de aprendizagem aberta para todas as idades:

 

Novas alternativas para educação, aprendizado não tradicionais e ambientes de trabalho ganham impulso à medida que mais pessoas buscam estilos de vida alternativos (...). As pessoas começam a acreditar que são capazes de mudar a humanidade e de acelerar a mudança. É a descolonização de um pensamento fixo. (GREIER, 2017, p. 29-30)

 

Os avanços possibilitam conectividade com pessoas, serviços e produtos inseriram a nossa comunidade num mundo denominado como globalizado, permitindo uma cidadania planetária (MORIN, 2002) reconhece laços que ligam todos os habitantes do planeta Terra:

 

(...) a partir de uma consciência que reconhece que, independente da nacionalidade e do contexto em que vivemos, estamos todos em um ‘mesmo barco’, habitando um mesmo planeta que necessariamente precisa ser cuidado, reconhecido, valorizado e amado. (MORAES, p. 2, 2016).

 

Essas inovações tecnológicas (originadas na eletrônica, microeletrônica, telecomunicações, nanotecnologia, entre outros) estão presentes ou ausentes nos espaços formais de aprendizagem, como os educadores e a sua formação.

Podemos considerar que a tecnologia, sem sombra de dúvidas atingiu a todas e todos e é uma forma de conectar alunos e professores no ensino presencial e a distância. A tecnologia nos permite ampliar o conceito de aula, de espaço e de tempo, estabelecendo pontes entre o estar juntas fisicamente e virtualmente.

Atualmente existem outros debates relevantes sobre a construção social da tecnologia, quais sejam:

 

1.    A questão da educação com qualidade;

2.     A construção do conhecimento na sociedade da informação;

3.     As novas concepções do processo de aprendizagem colaborativa;

4.    A revisão e a atualização do papel e das funções do professor;

5.    A formação permanente deste profissional professor;

6.    A compreensão e a utilização das novas tecnologias visando à aprendizagem dos nossos alunos e não apenas servindo para transmitir informações (ensino à distância X educação e aprendizagem à distância);

7.     A compreensão da mediação pedagógica como categoria presente tanto no uso das próprias técnicas como no processo de avaliação e;

8.     Desempenho do papel do professor.

 

O campo da educação e da tecnologia está pressionado por mudanças, mas não podemos esquecer que a educação é o caminho fundamental para transformá-la a sociedade.

Uma das áreas prioritárias de investimento é a implantação de tecnologias telemáticas de alta velocidade, para conectar alunos, professores e a administração. Começam, então a investir significativamente no mercado ainda pouco explorado da educação à distância, da educação contínua, principalmente dos cursos de curta duração. Não podemos esquecer-nos dos desafios de ensinar e educar com qualidade na construção da identidade.

O que é basilar na educação é que educar é participar de um processo, em parte, previsível- o que esperamos de cada criança no fim de cada etapa - e, em parte, aleatório, imprevisível, os educadores aprendem e ensinam.

As escolas e universidades são os espaços de aprendizagem, mas sem os discentes são espaço ocos e de conhecimento flutuante. Algumas instituições vendem externamente os seus sucessos, muitas vezes um número excessivo de alunos por sala, educadores mal preparados, mal pagos, pouco motivados e evoluídos como pessoas.

O ensino apenas voltado, em boa parte, para o lucro fácil. Nosso desafio é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano e com a tecnologia enquanto constructo social.

Para isso, precisamos de instituições e pessoas que desenvolvam formas avançadas de compreensão e integração, que possam servir como referência. As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar, de termos educadores que compreenda a importância da tecnologia, pessoas entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar.

O conhecimento não é parte de um livro ou apostila, mas interdependente, interligado, intersensorial. Conhecemos mais e melhor conectando, juntando, relacionando, acessando o nosso objeto de todos os pontos de vista, por todos os caminhos, integrando-os da forma mais rica possível. O desenvolvimento de habilidades de raciocínio é fundamental para a compreensão do mundo. Além do raciocínio a emoção facilita ou complica o processo de conhecer (LIPMAN, p. 47, 1992).

A construção deste conhecimento, a partir da tecnologia, é mais "volúvel", com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata (MORAN, pp. 148-152.1998).

Não temos mais as mesmas crianças e juventude no inicio do século XXI, não estamos tão surpresos com o cheiro do livro novo, o computador ele adentar as residências e nos permite pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugares, ideias, produzir novos textos, avaliações, experiências.

Este se converte em um meio de comunicação extremamente poderoso para o ensino e aprendizagem. É fundamental procurar estabelecer a relação entre habilidades e competências meio para potencializar o processo de aprendizagem.

Caminhamos para formas de educação e relações sociais mais flexíveis, integradas:

 

O clima de revolução científica, epistemológica, cultural e tecnológica, gerado pelo esgotamento do velho paradigma, tem como ênfase a profunda contradição entre o imenso avanço da tecnologia e o trágico destino da maior parte da humanidade. (MORAN, MASSETO e BEHRENS, p.69, 2000)

 

Estamos no processo de transformações desenfreadas, temos agora os novos desafios para instrumentalizar no processo de educação continuada e precisamos focar o ensinar para aprender e, principalmente, o aprender a aprender, para KENSKI:

 

A tecnologia digital rompe com a narrativa contínua e sequencial das imagens e textos escritos e se apresenta como um fenômeno descontínuo. Sua temporalidade e espacialidade, expressas em imagens e textos nas telas, estão diretamente relacionadas ao momento de sua apresentação. Verticais, descontínuos, móveis e imediatos, as imagens e os textos digitalizados a partir da conversão das informações em bytes têm o seu próprio tempo, seu próprio espaço fenomênico da exposição, Eles representam, portanto um outro tempo, um outro momento revolucionário, na maneira de pensar e de compreender. (KENSKI, p. 64.1998)

 

Neste mundo globalizado o acesso à tecnologia exige uma atitude crítica e inovadora, precisamos ter o prazer em descobrir, investigar, construir e reconstruir o conhecimento.

Os avanços tecnológicos, científicos e eletrônicos trazem com ele a angustia, à competitividade exacerbada dos likes no instagram e facebook, a um pensamento isolado e fragmentado, impedindo-o de ver o todo e retirando a responsabilidade de atos isolados perante a sociedade:

 

Nesse cenário de grandes mudanças, as chamadas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC), mais do que qualquer outro fator, têm provocado uma verdadeira metamorfose na nossa maneira de trabalhar e viver. O acesso aos telefones celulares, antenas parabólicas, DVD e, sobretudo, ao espaço cibernético, cada vez mais omnipresentes, permite, de forma inédita, o livre trânsito instantâneo de informações. As distâncias e os fusos horários, que constituíram grandes barreiras para a comunicação entre pessoas em países diversos, não mais o são. A possibilidade de comunicação praticamente instantânea e a um custo reduzidíssimo tem possibilitado a livre troca de pontos de vista entre pessoas. (BOAVENTURA e PÉRISSE, p. 84.1999).

 

Discutir o processo de construção social da tecnologia é compreender a sociedade contemporânea e a escola, tanto na presencial como na educação à distância. Ainda estamos em construção e acreditamos que muitos desafios maiores estão por vim, que estamos preparados? Será que sabemos incluir?

A internet é o meio de comunicação no qual há mais liberdade de produção, veiculação de mensagens, notícias, cultura e tudo o que possa ser transmitido por esse sistema:

 

A máquina é, pois, um simples utensílio para que o homem cumpra sua a ação mais facilmente. E essa metáfora não nos comove muito. Consideramos ‘natura’ utilizar termo ‘máquina’ para qualquer instrumentalização dos meios ‘naturais’ de transporte de um ponto para outro. No limite, a máquina nos parece merecer o nome de metáfora. Dizer máquina ‘equivale’ a colocar em evidência uma característica inteiramente comum de um conjunto de elementos que funcionam em ligações para alcançar um objetivo ou cumprir uma tarefa determinada. (SFEZ, p. 30,1990).

 

Na internet, não há mais segredos, em um mundo globalizado, televisionado, plugado e conectado, do Oriente ao Ocidente, 24 horas por dia, somos informados ou manipulados sobre determinado assunto, pessoa ou coisa, não conseguimos mais ficar desconectados, por isso, dependendo de como é utilizada, a internet pode empobrecer a capacidade de pensar ou ser um instrumento para a obtenção de conhecimento. Nessa grande rede, encontram-se muitas das versões de um mesmo fato, cabendo ao usuário descobrir bons sites e profissionais que mostrem ângulos diversos de determinado fenômeno.

O caminho mais rápido e tranquilo para a democratização dos meios de comunicação de massa ainda é o desenvolvimento da internet. Aonde há uma influência de mentalidade imediatista das novas tecnologias é de que tudo é vendido, tudo é comprado.

Nessa linha de pensamento, estamos sustentando a indústria dos sonhos e da fantasia que o mercado capitalista nos dá e amplia, através do mercado eletrônico, numa comunicação aparelhada em redes.

A construção social da tecnologia é uma teoria no campo de estudos da ciência e tecnologia, Esta área de estudos tem seu período de emergência histórica no final da segunda metade do século XX, influenciada por alguns filósofos e sociólogos que se depararam com o problema dos elementos geradores e decisivos na construção, sustentação e transformação do conhecimento.

Os defensores argumentam que a tecnologia não determina a ação humana, mas que, a ação humana molda a tecnologia. Eles também argumentam que as maneiras que a tecnologia é utilizada não podem ser entendidas sem a compreensão de como a tecnologia está inserida em seu contexto social:

 

Tanto as ciências como a tecnologia são socialmente construída, e representam o “produto” de uma cultura, de cujos recursos se apropriam para os fins em causa. Desse modo, a fronteira entre a ciência e a tecnologia é uma questão de negociação social e não representa qualquer distinção subjacente. Sendo assim, não faz sentido tratar a relação ciência tecnologia de um modo geral como um caminho unidirecional (PINCH e BIJKER, p. 21, 1987).

 

Alguns teóricos afirmam que a tecnologia deve ter uma sensibilidade para o mundo social. Os estruturalistas sociais, que teve início com a teoria da burocracia do sociólogo alemão Max Weber (2006), argumentam que uma percepção mais profunda dos fatores latentes à realidade social, especialmente das relações entre os indivíduos envolvidos, é fundamental no entendimento do porquê de uma tecnologia prevalecer em uma sociedade.

Para Trigueiro (2007), a tecnologia tem sido avaliada com total descaso pelas ciências humanas e isso limita a construção de teorias genuínas sobre o fenômeno tecnológico. De acordo com o autor, de uma maneira geral, a tecnologia sempre foi vista como uma consequência da ciência, ou seja, hierarquicamente inferior. O que pode explicar é porque a técnica tem sido frequentemente pensada como um conhecimento menor, como uma mera evolução de artefatos técnicos. Por isso, ela é geralmente julgada por sua utilidade:

 

No melhor dos caminhos, argumenta o autor (Don Ihde, 1979), a tecnologia era pensada como ciência aplicada (“neta da filosofia”) – uma “engenheira de conceitos” – e não como uma forma de conhecimento própria, mais antiga que a ciência e sempre presente em toda a história humana, na luta que essa espécie trava com a natureza (física e biológica), visando ao seu controle e à dominação. (Trigueiro, p.10, 2007)

 

Os debates dos estudos sobre a tecnologia tomam um rumo mais profundo com o filósofo alemão Martin Heidegger (2002), que a estuda na década de 50 a tecnologia como um fenômeno único. Para ele, o homem atual ao fazer uso da técnica descobre tecnologias cada vez mais avançadas, contudo pensar a essência destas técnicas é pensar a essência de nós mesmos.

Nos recentes estudos sobre o tema, Baumgarten (2006) afirma que o uso da tecnologia implica, não só um avanço na análise de dados de diferentes tipos, mas, sobre a estruturação dos modelos cognitivos com os quais costumamos trabalhar.

Estamos evoluindo a cada segundo, a revolução da microeletrônica e o desenvolvimento das ciências da computação não é nada em comparação ao que temos hoje, no início da década de 80 tínhamos as primeiras versões de programas de computador com a finalidade de auxiliar o processo de análise de dados qualitativos, hoje temos centenas de versões.

Se pudermos definir este momento, classificaremos como a Era das tecnologias, essa que surgia entre decênios, surge a cada trimestre. O mundo estará na era da computação cognitiva ou mais popularmente conhecida como: A era da inteligência artificial.

Temos cada vez mais cedo humanos que mergulham no mundo da tecnologia na infância, que adquirem antes de completar três anos um tablete para jogar, ver seus desenhos favoritos ou as cantoras indicadas pela grande mídia como grandes referenciais infantis, são enquadrados na nova classificação generacionista, que depois da X e da Y, eis que surge a Z.

A tecnologia deve ser útil para o desenvolvimento da educação a fim de que possamos superar as desigualdades retroalimentadas pelo sistema capitalista. A construção de uma sociedade high tech (alta tecnologia) está cada vez tomando conta das gerações futuras e precisamos pensar de que forma vamos utiliza-las positivamente em nosso dia-a-dia.

A modernidade anuncia o fim do sagrado que marcava a pré-modernidade, CASTRO afirma que em síntese, a pós-modernidade é um pensamento crítico, aonde o conhecimento é reconstruído, construído e transformado constantemente.  Contudo, está pós-modernidade traz consigo os avanços tecnológicos e o uso das redes sociais de forma maciça e como toda temporalidade apresenta seus dilemas.

Para exemplificar irei apresentar um episódio da terceira temporada de Black Mirror do roteirista britânico Charlie Brooker. O episódio chama-se Noosedive, e conta a história frustrada de uma mulher que busca melhorar sua reputação nas redes sociais, para comprar coisas e ser vista como alguém popular. E é uma busca tão insana de agradar os outros que se esquece de cuidar de si mesmo e da sua vida, esquece-se dos laços humanos físicos para ter amigos nas redes sociais, e este episódio remonta a fala do saudoso Bauman, no vídeo: O mundo pós-moderno e o mal- estar da civilização, aonde ele afirma que tem 86 anos e não possui 500 amigos, como algumas pessoas têm no Facebook e isso acontece porque é uma relação “líquida”, que é fácil de conectar e mais fácil ainda de se desconectar.

BAUMAN discorre que é mais fácil desconectar é o “x” da questão, rupturas físicas existem diálogos, desculpas, esgotamentos e muitas vezes estas conversas deixam a pessoa sem jeito e ser argumento, por internet é só clicar no botão e desfaz a amizade. Para o autor e o roteirista não existe solução perfeita, existem duas coisas importantes para nossa vida: segurança e liberdade, e é preciso ser feliz balanceando os dois, ao final do episódio depois de tantos relacionamentos vazios, ela decide seguir a vidas sem likes e opta pela liberdade, sabendo que abrirá mão da segurança, para Bauman a vida é esta eterna tentativa de equilíbrio.

Estamos em um novo momento, esta é a geração do futuro tão esperado nos filmes de Hollywood, o sistema das máquinas, das tecnológicas, dos afetos por mensagens de What’s zap. Deverá, Erich Fromm afirma que estamos na era da afetividade vazia, onde as pessoas se preocupam com o outro, apenas quando estes satisfazem nossos objetivos mais egoístas. Tememos a proximidade deste outro egoísta que também é nosso reflexo, que não inclui, Bauman (2007) argumenta que:

 

Os medos nos estimulam a assumir uma ação defensiva. Quando isso ocorre, a ação defensiva confere proximidade e tangibilidade ao medo. São nossas respostas que reclassificam as premonições sombrias como realidade diária, dando corpo à palavra. O medo agora se estabeleceu, saturando nossas rotinas cotidianas; praticamente não precisa de outros estímulos exteriores, já que as ações que estimula, dia após dia, fornecem toda a motivação e toda a energia de que ele necessita para se reproduzir. Entre os mecanismos que buscam aproximar-se do modelo de sonhos do moto-perpétuo, a autorreprodução do emaranhado do medo e das ações inspiradas por esse sentimento está perto de reclamar uma posição de destaque. (BAUMAN, 2007)

 

Ter medo não é sinônimo de fraqueza, mas cuidado ao caminhar, afinal qual é o ideal de valores que deve pautar a forma de ser da individualidade no mundo pós-moderno? Estamos no momento de laços humanos desatados, isso não significa que as ênfases negativas colocadas na interpretação destas perturbações do espírito indicam o imperativo moral do que devemos ser. Toda era é a ponta de outra.

O projeto será realizado na turma do 3º ano do Ensino Médio, na disciplina História, da Escola Mãe Hilda, localizada bairro do Curuzu, no município de Salvador. O Projeto terá duração de 03 meses.

 

Objetivos de aprendizagem do projeto

OBJETIVO GERAL:

 

Analisar criticamente as mudanças provocadas em nossa realidade socioeconômica e cultural decorrente da interconexão digital e das novas tecnologias, possibilitando novas práticas sociais e ressignificação do uso e apropriação das tecnologias.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 

·         Identificar e compreender os impactos da globalização para o fenômeno da interculturalidade e para a inclusão digital;

·         Discutir a importância da tecnologia na educação;

·         Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva

·         Evidenciar o contexto sócio histórico e cultural das tecnologias e seu papel de inclusão e;

·         Produzir conhecimentos críticos sobre desafios postos pelas novas tecnologias no contexto globalizatório e da mundialização da cultura.

 

Metodologia: Atividades e Conteúdos

Ao longo dos 03 meses, os alunos do 3º ano do Ensino Médio, desenvolverão diferentes atividades voltadas os objetivos estabelecidos neste projeto. As atividades do projeto serão realizadas com o apoio do educador da disciplina História. O projeto está dividido em 05 fases, levando em consideração a competência 1 da BNCC que é analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica e a habilidade, desta forma vamos utilizar a construção digital e sua inclusão ou não para discutir criticamente as circunstâncias históricas favoráveis ou não da sociedade atual. Levando em consideração a habilidade a seguir:(EM13CHS103). Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).

Na primeira fase do projeto, o educador deverá reunir os discentes para apresentar o projeto e os objetivos do mesmo, através de uma apresentação de power point, explicando a importância do envolvimento de todos os discentes no desenvolvimento das atividades. Neste momento vamos apresentar de forma geral as etapas dos projetos e o prazo de entrega de cada atividade a ser realizada pelos grupos. A turma será dividida em grupo de 04 a 05 componentes. Os discentes terão liberdade de escolher os grupos de trabalho. Na segunda fase, os grupos serão estimulados a pesquisar sobre as diferentes metodologias ativas, formas de inclusões digitais para minorias, a exclusão digital e trazer para nós a importância delas e da inclusão digital. A pesquisa ocorrerá nos materiais didáticos da disciplina, nas obras disponíveis na Biblioteca Escolar e principalmente para Internet.

O material pesquisado deve ser organizado em diferentes formatos (Cartaz, apresentação em Power Point, Relatório de Pesquisa, Mural, mapa mental, entre outros), de acordo com o interesse de cada grupo. Em um momento posterior, os grupos realizarão um seminário sobre as pesquisas. Já na terceira fase, a educador realizará a exibição de documentário sobre o tema: A EXCLUSÃO DIGITAL no Brasil e suas CONSEQUÊNCIAS de Jana Rabelo, link: https://www.youtube.com/watch?v=tA0OKq68heQ

Após a exibição de cada documentário, o educador deverá mediar debate com os discentes e apresentará as questões norteadoras, permitindo que os discentes possam refletir sobre os diferentes olhares sobre os povos retratados, levando a construção de uma intervenção pedagógica. Ao final de cada debate, cada grupo deverá apresentar um mapa mental sobre as questões discutidas. É essencial que os discentes percebam estes elementos para que possam compreender a construção social da tecnologia e a inclusão digital

Na quarta fase do projeto, os discentes são convidados a pesquisar reportagens, vinculadas em jornais, programas de televisão e revista, que apresentam situações de inclusão digital para grupos minoritários socialmente. Em segundo momento, será realizada uma roda de conversa, com a mediação do educador. Nesta roda os alunos deverão discutir a construção social da tecnologia: inclusão digital. Além disso, pensar sobre um processo de democratização da tecnologia para todos e todas.

Na última fase do projeto, os discentes deverão produzir um filme de curta metragem de no máximo três minutos. Os filmes devem retratar sobre inclusão digital para todos e todas, principalmente as minorias sociais ( LGBTQI+, população negra e indígena, mulheres, etc). Durante o projeto, serão mobilizadas os conhecimentos relacionados às seguintes habilidades: (EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país e (EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia. Estas habilidades fazem parte do Componente Curricular História, de acordo com o BNCC.

Atividade de encerramento do projeto

Para encerramento do projeto, será realizado um festival de curta metragem para a comunidade escolar. Neste festival, serão exibidos os filmes elaborados pelos discentes com o objetivo de gerar a consciência coletiva do grupo escolar sobre a importância da inclusão digital para todas e todos.

 

Cronograma:

 

Atividade

Mês 01

Mês 02

Mês 03

Fase 01 – Apresentação do Projeto a construção social da tecnologia: inclusão digital

X

 

 

Fase 02 – Pesquisa e Seminário sobre a construção social da tecnologia: inclusão digital

X

 

 

Fase 03 – Exibição dos filmes e debate sobre a construção social da tecnologia: inclusão digital

 

X

 

Fase 04 – Pesquisa sobre a construção social da tecnologia: inclusão digital e roda de conversa sobre o tema.

 

X

 

Fase 05 – Produção dos filmes sobre inclusão digital pelos discentes

 

 

X

Encerramento - Festival de Curta Metragem Inclusão Digital para todas e todos.

 

 

X

 

Referências:

BAUMAN, Z. Arte da vida. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed.2009

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.2001 

BAUMAN, Z. O mundo pós-moderno e o mal- estar da civilização. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=I_VJFr0Ale8. Acesso em 2 de agosto de 2019.

BAUMAN, Z. Tempos líquidos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007

BAUMAN, Z. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2007

BAUMGARTEN, M. Sociedade e conhecimento: ordem, caos e complexidade. Sociologias, v. 8, n. 15, p. 16-23, 2006.

GREIER, Philippe. Educando para uma era da sabedoriaIn: GOUVÊA, Tathyana e GREIER, Philippe (orgs.). Edushifts: O futuro da educação é agora. Edush FTS, 2017. Disponível em: https://edushifts.world/ebooks/EDUshiftsNow_BP.pdf . Acesso em 2 de agosto de 2019.

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. 2ºed. Petrópolis: Vozes, 2002.

KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas (SP): Papirus, 2008.

MORAES, Maria Cândida. Saberes para uma cidadania planetária. Unesco, Governo do Ceará e UCB. Ceará, 2016. Disponível em: http://aprece.org.br/wp-content/uploads/2016/03/Cidadania-Planetária.pdf . Acesso em 2 de agosto de 2019.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 5. ed. São Paulo, Brasília DF: Cortez / UNESCO, 2002.

PINCH, T.; BIJKER, W. The Social Construction of Facts and Artifacts: or how the sociology of science and the sociology of technology might benefit each other. In: BIJKER, W. E.; HUGHES, T. P.; PINCH, T. J. The Social Construction of Technological Systems: new directions in the sociology and history of technology. Cambridge-MA: MIT, 1987.

SFEZ, Lucien. Crítica da comunicação. 1ª Ed. Tradução Serafim Ferreira. Lisboa: Epistemologia e Sociedade. p. 30,1990.

Trigueiro, M.G. S O debate sobre autonomia/não-autonomia da tecnologia na sociedade (mimeo). Brasília/DF, 2007.

Weber, Max (2006). Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret.

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